Cálice Sagrado: Por que os monges batem com uma madeira na cabeça?
No filme Monty Python Em Busca do Cálice Sagrado, um grupo de monges canta uma canção gregoriana durante uma procissão.
Não apenas isso. Enquanto cantam, eles batem com um pedaço de madeira em suas próprias cabeças.
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É claro que essa cena foi filmada para causar riso, mas o ato de monges cantando enquanto se automutilam é historicamente correto.
De acordo com o site Medievalists, a história das canções flagelantes começou na Itália com os disciplinatti, um grupo formado por volta de 1260 por um eremita chamado Fra Raniero Fasani, de Perugia.
Ele recebeu uma visão divina que o advertiu que por causa dos pecados da humanidade, a destruição da Terra era iminente.
Enquanto sua visão previa o fim do mundo, Fra Raniero também recebeu uma mensagem de esperança: a Virgem Maria concordou em implorar pela sobrevivência da humanidade se eles fizessem atos públicos de arrependimento.
De acordo com o o historiador Daniel E. Bornstein, muitos cidadãos de Perugia seguiram o exemplo de Fra Raniero e participaram de autoflagelação pública como meio de implorar perdão a Deus. Acompanhando essa automutilação estava o canto comunal de canções chamadas Laude Spirituale.
PESTE
Durante a Peste Negra (1347-1352), se autoflagelar cantando uma canção tornou-se cada vez mais proeminente, com a esperança de que a penitência pública expiasse os pecados que acreditavam serem a causa da praga.
Veja abaixo a cena do filme Monty Python Em Busca do Cálice Sagrado, onde aparecem os tais monges autoflagelantes:
No filme O sétimo selo, de Bergman, também ocorre uma procissão com autoflagelação.