Flying Circus: o livro obsceno de frases húngaras
No dia 15 de dezembro de 1970, a série Monty Python’s Flying Circus levou ao ar o episódio Spam, da segunda temporada.
Nesse episódio, destaco aqui o esquete “Livro Obsceno de Frases Húngaras (Dirty Hungarian Phrasebook)”.
Nele, um turista húngaro (John Cleese) vai à uma tabacaria comprar cigarro e uma caixa de fósforos. Mas, o que ele não sabe, é que o dicionário com frases húngaras que tem em mãos não passa de um livro bem do sem vergonha, irritando o dono (Terry Jones):
John Cleese [lendo em seu dicionário húngaro-inglês]: “Eu não vou comprar este disco, ele está arranhado”.
Terry Jones: “O quê?”
John Cleese: “Eu não vou comprar este disco, ele está arranhado”.
Terry Jones: “Não, não, isso é uma tabacaria”.
John Cleese: “Ah! Eu não vou comprar esta tabacaria, ela está arranhada!”
Terry Jones: “Não, não. Tabaco, cigarros”.
John Cleese: “Cigarros? Sim, sim!”
O húngaro consulta o dicionário novamente.
John Cleese: “Ah, meu hovercraft está cheio de enguias”.
Terry Jones: “O quê?”
John Cleese: “Você quer sair para o meu lugar, docinho?”
Terry Jones [constrangido]: “São seis xilings, por favor”.
John Cleese [lendo o dicionário]: “Se eu disser que você tem um corpo bonito, você o aperta contra o meu?”
INSPIRAÇÃO
Esse esquete acima surgiu da pena de John Cleese, que se inspirou em um fato bastante curioso.
Acontece que, lá pelo século 19, um português completamente desconhecido chamado Pedro Carolino alcançou certa popularidade por ter escrito um pequeno dicionário Português-Inglês, chamado “English as She Is Spoke (or O novo guia da conversação em portuguez e inglez)”.
Só que, à primeira vista, parece que Pedro Carolino falava pouco ou nadinha de inglês.
E, em vez de ajudar os falantes da nossa língua a aprender uma segunda língua, o dicionário acabou se tornando um clássico cult para os fãs do humor não intencional.
O livro rapidamente ganhou notoriedade entre os ingleses, incluindo o escritor Mark Twain, que escreveu a introdução para a primeira edição, publicada em 1883.
Segundo especialistas, Carolino escreveu o livro com a ajuda de um dicionário Português-Francês, para depois traduzir as frases utilizando um dicionário Francês-Inglês.
O resultado, claro, ficou digno de Monty Python.