Cotidiano

Hormel, a empresa que não gostou de Monty Python

Em 2015, contei aqui a história da ligação entre Monty Python e o termo Spam.

É uma história que remonta à Segunda Guerra Mundial.

Sim, existe uma biografia do Spam

Veja Mais Em: Sabe o que Monty Python tem a ver com Spam?

Mas ontem, o site britânico Business Insider publicou uma matéria que trouxe mais algumas informações e curiosidades sobre essa história.

A matéria conta como a empresa Hormel tentou ao máximo vender Spam (“Spiced Ham”, ou seja, “presunto apimentado) como um produto sério.

SPAM

No início, a estratégia funcionou. Foi investido um dinheirão em propagandas nas rádios, e 70% dos americanos gostaram do produto.

A coisa mudou de figura quando começou a Segunda Guerra, que foi quando os soldados britânicos tinham acesso a vários tipos de presunto apimentado.

Segundo Raul Baca Martinez, um soldado que lutou na guerra, eles tinham que comer presunto apimentado três vezes ao dia.

“A gente se cansou dessa comida. Nem o cachorro aguentava mais comer Spam”

Mas como a empresa tinha investido bastante em propaganda, os soldados achavam que qualquer lata de presunto apimentado era Spam (e nem sempre era).

De acordo com a escritora Carolyn Wyman, autora de Spam: A Biografia, isso não quer dizer que era o mesmo produto que eles comiam.

GAROTAS HORMEL

Isso começou a ser um problema para Jay Hormel, que assumiu a empresa de seu pai.

“Ele não queria que Spam tivesse ligação direta com a guerra”, disse a biógrafa

Então, ele teve uma ideia: criar um grupo de mulheres, que viajaria pelo país vendendo Spam de porta em porta. Elas eram as “Hormel Girls”.

A estratégia deu certo, pois as Garotas Hormel melhoraram a imagem do presunto apimentado Spam.

Até que chegou o Monty Python.

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O esquete “Spam”, da série Monty Python’s Flying Circus, trouxe de volta a ideia de que o tal presunto apimentado era em demasia.

Novamente, a Hormel teve de investir em propaganda para desviar a atenção das piadas pythonescas.

Segundo Brain Olson, gerente de comunicações da empresa, o foco estava em proteger os produtos da Hormel, e mostrar como Spam era fácil de preparar.

Mas, por volta dos anos 1990, a empresa jogou a toalha e aceitou o humor pythonesco. E uma das provas disso foi o patrocínio da Hormel no musical “Spamalot”, baseado em “Em Busca do Cálice Sagrado”

“Tornou-se tão popular que não era mais ameaçador”, finalizou a biógrafa do Spam

Thiago Meister Carneiro

Jornalista Especialista em Estudos Linguísticos e Literários, 41 anos na cara. Às vezes grava vídeos para o canal "Monty Python Brasil" no youtube e às vezes assiste Monty Python na Netflix. Autor dos livros "A História (quase) Definitiva de Monty Python" e "O Guia da Carreira-Solo dos Membros do Monty Python".

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