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Entrevista: John Cleese fala sobre sua autobiografia

Na ocasião de sua visita à Washington, para divulgar sua autobiografia So, Anyway…, John Cleese deu uma entrevista ao site Yahoo News!.

Na ocasião, ele falou sobre sua mãe, autógrafos, selfies, como ele está tentando transformar o filme Um Peixe Chamado Wanda em musical e sua visão de que a política americana é engraçada, mas perigosa.

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Qual é a coisa mais irritante que as pessoas fazem quando te encontram?
“Eles vem até mim e dizem: ‘Posso tirar uma foto com você?’ Eu digo, ‘Você quer dizer que quer uma foto para comemorar o fato de que você me viu por cinco segundos? Quando as pessoas me pedem autógrafos, tudo bem, se eles querem uma foto de mim, tudo bem. Mas toda essa cultura selfie, eu acho que é um veneno. É literalmente venenoso”.

Por que escrever este livro agora?
“Eu estava em Barbados com Michael Caine, e ele tinha acabado de escrever sua autobiografia. Ele estava contando como foi uma boa experiência escrevê-la, e eu perguntei o motivo. Ele disse ‘porque você recupera partes de sua vida que você tinha esquecido completamente”.

EXORCISMO

O livro foi uma espécie de exorcismo?
“Passei um tanto da minha vida em terapia, que o livro tem de tudo. Eu não diria que eu amava a minha mãe, mas tentei ser um filho obediente. O exorcismo aconteceu realmente, mas aconteceu durante os anos.

Você deu um conselho aos jovens comediantes: roube. Mas a frase “Bons artistas emprestam, grandes artistas roubam” é atribuída a Picasso. Então, roubou o seu conselho para roubar?
(Risos) “Não! Quando você está tentando fazer algo tão difícil como a pintura, ou escrever um roteiro de uma boa comédia, então a melhor coisa a fazer é começar a imitar alguém que você admira”.

O que é mais engraçado: a política britânica ou a política americana?
“Veja, eu acho que o problema é que a política americana é muito mais importante e muito mais perigosa – é um pouco como meus sentimentos pela minha mãe. Eu posso rir da política americana, mas eu realmente não gostaria de estar entre Dick Cheney e um milhão de dólares. Na política britânica, há muito mais tolerância do que costumava ter, e isso é uma coisa extremamente boa

O que te mantém acordado à noite?
“As coisas que me fazem feliz são ridiculamente simples: velhos amigos, boa comida, leitura, fazer exercícios, viajar e passar um bom tempo com minha esposa e nossos três gatos. É melhor do que qualquer coisa na televisão britânica”.

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O que te faz levantar da cama de manhã?
“Normalmente, um cronograma, incluindo a turnê de divulgação do livro. Acho que posso fazer um musical do filme “Um Peixe Chamado Wanda”.

Se você pudesse de alguma forma montar a trupe Monty Python, no auge de seus poderes, hoje, quais seriam os alvos mais maduros?
“O problema é que estamos indo em direções diferentes, e nós não conseguimos concordar com nada. Eu não entendo a cultura da celebridade. Eu não entendo porque as pessoas usam o Facebook”.

Com o fim da entrevista, Cleese veste o casaco e se levanta. Um homem vem ao seu encontro e diz: “Posso tirar uma foto com você?”.

“Me desculpe, eu não faço isso”, Cleese responde com um sorriso amistoso. “Desculpe”.

Thiago Meister Carneiro

Jornalista Especialista em Estudos Linguísticos e Literários, 42 anos na cara. Às vezes grava vídeos para o canal "Monty Python Brasil" no youtube. Autor dos livros "A História (quase) Definitiva de Monty Python" e "O Guia da Carreira-Solo dos Membros do Monty Python".

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