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Flying Circus: o esquete cheio de violência gratuita

No dia 30 de novembro de 1972, foi ao ar na série Monty Python’s Flying Circus o episódio Salad Days (episódio 7 da terceira temporada).

Nesse episódio, tem um esquete chamado (pasmem) Sam Peckinpah’s Salad Days (em português, o nome fica Dias de Salada com Sam Peckinpah).

O apresentador e a violência gratuita

Ele tem como alvo o polêmico diretor americano Sam Peckinpah (1925-1984) e o seu exagero de derramamento de sangue e violência gratuita em seus filmes, muitas vezes em câmera lenta (assim como Quentin Tarantino faz hoje em dia).

SAM PECKINPAH

O esquete começa com um crítico de cinema interpretado por Eric Idle (representando o crítico de cinema britânico Philip Jenkinson).

Então, ele começa a elogiar Peckinpah pela “violência em sua mais gritante forma”, em seu mais novo filme, chamado “Salad Days”.

Informação pertinente: Salad Days é um musical inglês cujo título foi tirado da peça A Tragédia de Antonio e Cleópatra, de Shakespeare, quando um personagem fala “My salad days, When I was green in judgment, cold in blood, To say as I said then! (Meus dias de salada, Quando eu era verde em juízo, frio no sangue, para dizer como eu disse em seguida)”. Essa frase passou a ser usada ao se referir a um dia de inexperiência de um jovem.

FILME

Jovens bem-vestidos  (interpretador por quase todos os Pythons) se divertem em um jardim em torno de um piano (tocado por John Cleese), respondendo com entusiasmo a sugestão de Michael Palin para um jogo de tênis.

As coisas começam a ir mal quando Graham Chapman joga para Palin a bola de tênis, mas ela o atinge no rosto, fazendo escorrer sangue pela sua cara.

Por reflexo, Palin joga a sua raquete, que acaba acertando o estômago de uma menina (Nicki Howorth), fazendo-a desmaiar, arrancando o braço de Eric Idle.

Ele cambaleia e bate a tampa do piano nas mãos do pianista (Cleese), arrancando suas duas mãos. O piano, em seguida, cai em câmera lenta, esmagando uma mulher gritando até a morte.

De alguma forma, Chapman fica empalado pelo teclado do piano, que corta a cabeça de uma mulher quando ele se vira.

Quando volta ao estúdio, o crítico de cinema é morto a tiros em câmera lenta, com muito sangue jorrando. Os créditos finais começam a subir enquanto ele agoniza.

Monty Python sabe muito bem fazer cenas de violência gratuita, não?

Thiago Meister Carneiro

Jornalista Especialista em Estudos Linguísticos e Literários, 41 anos na cara. Às vezes grava vídeos para o canal "Monty Python Brasil" no youtube e às vezes assiste Monty Python na Netflix. Autor dos livros "A História (quase) Definitiva de Monty Python" e "O Guia da Carreira-Solo dos Membros do Monty Python".

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